10. CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO DEZ
❛ ato um: cálice de fogo ❜
DURANTE O RESTO da sexta-feira, tudo o que se falou foi a notícia de que Erika Frukke tinha um pai Comensal da Morte e uma irmã que recebeu treinamento de uma Comensal da Morte. Alguns estavam começando a especular que a Lufa-Lufa se mantinha discreta pelo mesmo motivo e que ela praticava magia negra quando ninguém a via no clube de duelo ou que ela até havia usado algum feitiço para fazê-los vencer uma partida bastante difícil que tiveram com Sonserina no ano anterior.
Após sua conversa com Dumbledore, Erika foi para sua sala comunal, onde seus amigos a esperavam ansiosamente. Justin andava de um lado para o outro roendo as unhas enquanto Ernie e Susan estavam em uma das poltronas tomando uma xícara de chá, Hannah por outro lado estava em uma das mesas limpando qualquer vestígio do jornal daquele dia, enrolando-os em uma bola e depois jogando no fogo, ela não queria que mais ninguém continuasse falando sobre isso na sala comunal.
O grupo de amigos de Erika pediu às pessoas de casa que mantivessem a notícia longe da boca e, se possível, deixassem de lado. Mas Zacharias começou a desconfiar de Erika, perguntando se era completamente certo que Frukke não compartilhava pensamentos com seu pai. Susan, chateada como nunca antes, respondeu que eles conheciam Erika desde o primeiro ano e que seu maior crime seria permanecer em silêncio toda vez que ele dissesse algo estúpido e sem tato.
Ao perceberem Erika parada na entrada da sala comunal, pararam o que estavam fazendo e correram em sua direção para abraçá-la. A morena nem teve tempo de reagir quando quatro pares de braços a cercaram, deixando-a completamente rígida. lugar sem ser capaz de pensar no que dizer.
— Tudo vai ficar bem. — ela ouviu Susan dizer com aquela voz suave que a caracterizava, trazendo calma ao seu corpo tenso.
Ela realmente esperava que tudo estivesse bem.
No sábado ainda se ouvia as pessoas murmurando coisas ao verem Erika passando pelos corredores, Ernie os silenciava assim que os ouvia mas Erika dizia para ele não se preocupar e não falar nada para eles, afinal era inevitável desenhar conclusões ou deixar de falar sobre isso quando ainda era ontem. Os alunos da Lufa-Lufa mantiveram a palavra de não comentar a notícia, todos agiram como se nada tivesse acontecido na manhã seguinte e embora ela não tenha dito isso em voz alta, Erika ficou agradecida.
Era sábado à tarde, quase véspera do baile de Natal, eles estavam em um dos jardins conversando sobre como iriam ao baile, Ernie e Justin conversavam sobre alguns looks simples enquanto Hannah, Susan e Erika comentavam sobre seus vestidos, maquiagem e penteados.
— Certo, tem que impressionar o Neville. — Justin disse zombeteiro quando Hannah comentou que faria uma trança simples.
A loira revirou os olhos irritada e continuou a conversa, Susan aceitou sem pensar em ajudá-la com o cabelo, Hannah faria a maquiagem das três enquanto Erika ajudaria na questão da cor, fazia sentido ser honesta demais de vez em quando.
Erika não via Adrienne há alguns dias, quando foi publicada a notícia do pai e da irmã, é como se na sexta-feira a francesa tivesse desaparecido, a única coisa que a menina de olhos azuis esperava era que ela estivesse bem e que ela não tivesse pegado um resfriado ou algo parecido. Ela não se importaria de ir ao baile sozinha, mas sabia o quanto ela estava animada para ir, era um pouco óbvio quando Adrienne a procurou por todo o castelo e arriscou ir para a sala comunal deles, talvez ela teria tentado entrar e quando ela e Hannah chegaram, a teriam encontrado coberto de vinagre.
Cedric entrou na conversa, que surpreendentemente veio com Cho. Os dois se sentaram e a Corvinal cumprimentou a todos timidamente.
— Tempo sem te ver. — Erika cumprimentou com um sorriso.
— Os NOMs me deixaram um pouco amarrado. — Cho comentou com uma risada suave. — Ei, sobre o seu pai... Pedi aos da minha casa que não criassem boatos.
— Os Corvinais criando rumores? — Justin perguntou surpreso. — Com uma mente e imaginação como a deles, os rumores mais detalhados de todos devem surgir.
Erika sorriu e olhou para Cho novamente com um olhar suave apreciando a pequena ação. Ela sabia que os Corvinais não ouviriam Cho, mas o fato de ela ter tentado foi suficiente para Frukke.
— Querem espalhar o boato de que você ajudou alguém a colocar o nome de Harry na taça. — a Corvinal bufou, irritada e balançando a cabeça em descrença com o boato estúpido que os sexto anos estavam inventando.
Cedric riu, esse era seu boato favorito sobre Erika, junto com aquele sobre ela ensinar magia negra aos Lufa-Lufas para causar uma rebelião caso Diggory não ganhasse a Taça Tribruxo. O grupo de amigos decidiu ir para a grande sala de jantar já que o jantar seria em breve e queriam dormir cedo para descansar bem na noite de domingo.
Alguns alunos da Sonserina chegaram ao pátio, especificamente Draco e dois de seus amigos, Crabbe e Goyle. Eles se aproximaram do grupo da Lufa-Lufa e o olhar de Malfoy se fixou em Erika olhando para ela com um sorriso zombeteiro.
— Parabéns, Frukke, finalmente sabemos quem você realmente é. — disse o loiro fazendo seus companheiros rirem.
Ernie se virou irritado para confrontar Draco que manteve sua expressão zombeteira e superior.
— Cala a boca, Malfoy. — Macmillan rosnou, fazendo os dois companheiros de Draco rirem ainda mais.
— Cuidado, pessoal, os Lufa-Lufas vão ficar chateados. — Crabbe zombou, fingindo medo.
— O que eles vão fazer? Xingar um ao outro até que nossos sentimentos sejam feridos? — Goyle zombou dessa vez, fazendo Draco rir.
Erika pegou o braço de Ernie e o arrastou embora, era inútil discutir com Draco Malfoy sobre esse assunto, por mais que isso incomodasse a garota de olhos azuis, Malfoy sabia demais.
— Isso, Frukke, fuja, assim como você fugiu do seu pai porque não consegue ver a realidade! — Draco gritou fazendo todos pararem de andar. — Fique com sua irmã traidora de sangue, ela merece ser expulsa do ministério!
Cedric caminhou rapidamente e ficou na frente de Draco, elevando-se sobre ele, atrás de Cedric estava Justin apontando sua varinha para Crabbe e Ernie apontando para Goyle. Malfoy não pôde deixar de se sentir um pouco intimidado pela postura ameaçadora de Diggory, ele era mais alto e visivelmente mais forte, se não o encantasse poderia facilmente quebrar seu nariz com um golpe.
— Pare de se preocupar, Malfoy. Não é como se você fosse uma pomba sagrada. — o garoto ameaçou com uma carranca.
Draco riu e mordeu a língua zombeteiramente como fez todo esse tempo.
— Eu não escondo minhas raízes, Diggory.
— Que orgulho de ser discriminador e filho de criminoso, né? — Cedric murmurou com ironia e aborrecimento, ganhando um olhar furioso do loiro.
— Não fale sobre meu pai, Diggory. Você não quer que seu pai tenha dificuldades no trabalho, certo? — Draco rosnou, aproximando-se do Lufa-Lufa que não se moveu um centímetro.
— Você não sabe de mais nada além de usar seu pai como escudo? — Justin falou dessa vez, olhando para Draco enquanto ainda apontava para Crabbe. — Aprenda a se defender, Malfoy.
Crabbe riu ganhando um olhar irritado do Lufa-Lufa que apontava para ele. — Malfoy destrói Frukke em um duelo.
— Sim? — Diggory perguntou dessa vez olhando para Draco que engoliu em seco e olhou acusadoramente para Crabbe. — Devíamos ver isso um dia desses.
Hannah assistiu toda a troca com preocupação, ela temia que eles realmente travassem um duelo no corredor, chamando a atenção dos professores e punindo a todos não indo ao baile. Draco bufou e olhou em volta antes de finalmente franzir a testa e dar alguns passos para longe de Cedrico.
— Não tenho tempo para essas coisas, Diggory, e você também não. — Malfoy pediu licença, fingindo ser interessante.
Cho se aproximou de Cedric para levá-lo embora enquanto Hannah e Susan conduziam os outros dois. Erika manteve um olhar assassino para Draco e ele manteve aquele sorriso estúpido que Frukke queria fazer desaparecer, mas ela não queria receber uma punição antes do baile e ir embora. Adrienne defendeu algo estúpido como Draco Malfoy. Erika caminhou em direção à grande sala de jantar com seus amigos, mas os três garotos que faziam parte do grupo não tiraram os olhos do sonserino que, ao perceber isso, fez seu sorriso vacilar um pouco. Diggory conseguia ser bastante intimidador quando ficava bravo, não importa o quão difícil fosse para ele admitir isso. Balançando a cabeça, o sonserino indicou aos companheiros que seguissem o outro caminho, finalmente deixando Erika sozinha.
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Finalmente chegou o tão esperado dia de Natal. O clima festivo não ficou só pela dança que seria executada mas também pelos presentes que já estariam nas árvores de Natal em cada quarto das salas comunais, além dos pratos decorados de acordo com a festividade no amplo refeitório e as decorações ao redor do castelo. Estava nevando cedo e ninguém queria sair da cama, mas Hannah era a mais ansiosa para entregar seus presentes, então assim que acordou e processou que dia era, ela se levantou rapidamente.
— É Natal, acorde! — ela gritou, correndo em direção à árvore onde haviam deixado os presentes na noite anterior.
Suas colegas de quarto reclamaram da voz da amiga e nenhuma delas sequer tentou sair da cama. Susan cobriu o rosto com o travesseiro, Erika se aconchegou mais perto e Emily apenas reclamou baixinho. A loira parecia quase ofendida com as colegas de quarto, não era tão cedo e também era Natal, quem não fica animado com o Natal?
— Onde está o seu espírito natalino?! — Hannah perguntou irritada ao ver os pacotes debaixo da árvore.
A porta do quarto tocou com duas batidas suaves, a loira se aproximou e lentamente abriu a porta revelando uma garota loira alta com um olhar um tanto entediado na sua frente, era Beatrice Haywood do sétimo ano que, pelo que ela lembrava, era a irmã mais nova da namorada da irmã mais velha de Erika estava com um pacote na mão e assim que viu Hannah sorriu rapidamente para ela.
— Erika acordou? — ela perguntou com um tom monótono.
— Não...
A garota, Beatrice, revirou os olhos e suspirou, passando o pacote para Abbott e coçando a nuca sob o olhar confuso de Hannah.
— Dê isso a ela, por favor. Minha irmã mandou para ela, se eu não tivesse que estudar para as provas eu faria. — Beatrice explicou e Hannah acenou com a cabeça para tudo o que ela disse. — Obrigada, Abbott.
Dito isto, Beatrice saiu e Hannah simplesmente fechou a porta. Ela não pôde deixar de ler o rótulo, que estava escrito com uma caligrafia bastante fina e delicada, onde uma pequena mensagem poderia ser lida.
Feliz Natal! Danielle e eu vimos isso em nossa viagem aos Estados Unidos e achamos que você iria gostar.
Atte: Penny<3
— Eri, a namorada da sua irmã te mandou algo de Natal. — Hannah comentou, finalmente conseguindo chamar a atenção da amiga.
A citada sentou-se rapidamente na cama parecendo surpresa, seu cabelo estava bagunçado e ela estava um pouco pálida por causa do frio. Ela se levantou e caminhou descalça em direção a Hannah que segurava seu presente, mas assim que ela chegou a loira puxou-o para longe dela e Erika a olhou ofendida.
— Não me olhe assim, eu deveria ser a ofendida. Você só acorda quando recebe um presente da Penny, mas quando são nossos presentes você não fica tão animada.
Susan decidiu acordar e sentar na cama, sonolenta, observando a conversa das amigas. Hannah aproveitou o fato de ser alguns centímetros mais alta que Erika para colocar o presente que havia chegado até ela em altura e impedindo-a de chegar mais perto, colocando a mão no rosto, impedindo-a de ver e andar. Emily acordou e se deparou com aquela cena a fazendo rir baixinho, ela não conversava muito com suas colegas de quarto mas pelo menos elas eram divertidas e a incluíam em suas coisas de vez em quando.
— Vamos abrir os presentes rapidamente para ir comer, o banquete da manhã com certeza será delicioso. — Susan saiu da cama andando descalça, mas ao contrário de Erika, ela estava de meias.
Hannah assentiu e entregou seu presente para Erika com um pouco de rudeza e depois caminhou até a árvore de Natal e sentou-se ao mesmo tempo que as outras meninas. Erika abriu o pacote enviado por Penny e descobriu que era uma câmera. A garota de olhos azuis soltou um suspiro alto de surpresa, surpreendendo suas três colegas de quarto que olharam para ela e ficaram surpresas assim como ela ao verem uma câmera. Erika nunca esperava receber uma câmera, ela havia mencionado vagamente uma vez que gostaria de tirar fotos de certos momentos, mas não achava que Danielle e Penny realmente considerariam isso.
Susan abriu seus presentes e ficou totalmente feliz com eles, Hannah comprou para ela alguns brincos prateados em formato de flor, Erika deu a ela um globo de neve com a figura de um Abraxan puxando um trenó e Emily deu a ela um pedaço de tecido. Os presentes de Hannah eram basicamente doces, Emily havia encontrado uma caixa de edição limitada de caldeirões de chocolate, Susan comprou um cachecol para ela já que sua amiga perdia o uniforme com muita frequência e Erika deu a ela duas caixas cheias de sapos de chocolate.
— Você não vai abrir seus presentes? — Emily perguntou a Erika.
— Oh sim. — Erika disse pegando um dos pacotes embrulhados que era gigante.
— Isso é um presente de todas. — Hannah disse animada e Susan assentiu.
Curiosa, ela rasgou o papel e encontrou uma caixa. Abriu-a lentamente e quando espiou para fora para ver seu conteúdo, seus olhos automaticamente brilharam. Ela pegou delicadamente o que tinha dentro, era uma pelúcia macia e bastante recheada, era um Knarl recheado. Suas amigas sabiam que era a criatura favorita de sua melhor amiga, então assim que a viram exposta em uma das lojas de Hogsmeade, decidiram juntar o dinheiro e comprá-la. A menina de olhos azuis olhou para as amigas quase a ponto de chorar, Hannah soltou uma grande risada e Susan olhou para ela emocionada, Erika sempre ficou sentimental com presentes e elas tinham certeza que era por falta deles durante sua vida.
— Vocês não precisavam...
— Ah, feche a boca, você sabe que sempre lhe daremos presentes quando necessário. — Hannah a interrompeu suavemente. — Sabemos que é estranho você receber presentes em qualquer momento, mas pelo menos tente se acostumar a recebê-los no Natal.
Erika assentiu, abraçando o knarl gigante e observou Emily abrir os presentes. A garota gostava de usar acessórios e roupas diferentes, então as três amigas decidiram basear seu presente nisso. Todas apreciaram os presentes e decidiram mostrar a nova câmera de Erika. Susan colocou-a em uma das mesas da sala e juntas posaram ao lado de seus presentes, sendo o mais marcante o knarl gigante de Erika. A menina de olhos azuis tirou a foto e sorriu ao vê-la, o grande sorriso de todas gerou uma sensação de calor em seu peito e ela decidiu guardá-la na gaveta de sua mesa de cabeceira, ela iria adicioná-la ao seu álbum de fotos após o café da manhã.
Elas combinaram de descer e trocar presentes com Ernie, Justin e Cedric descendo para o grande salão para tomar café da manhã. Para alívio de Erika, ela não ouviu seu nome ser murmurado por alunos de outras casas durante todo o caminho. Ela ficou grata porque o Natal mudou o pensamento das pessoas, fazendo-as esquecer coisas totalmente desnecessárias. O grupo chegou à mesa e sentou-se para comer, tudo isso sendo observado por Hermione que ainda pensava em como pedir desculpas a Erika.
Alguns falavam pelas costas dela na biblioteca dizendo que ela era egoísta e se preocupava mais consigo mesma do que com as outras pessoas, afinal ela havia procurado Erika para dar material para Rita Skeeter a fim de chegar a algum tipo de acordo de paz. Uma mentira em qualquer medida, mas é claro que ninguém gostaria de ouvir sua versão dos acontecimentos. A Grifinória ainda não sabia como abordar Frukke para pedir desculpas, o que ela diria? Segundo Harry, talvez a melhor opção fosse ser sincera e contar a verdade, ela deveria ir embora por causa disso mas não resolveria nada, afinal ela queria continuar conversando com Erika. Ginny a aconselhou a contar as razões pelas quais ela gostaria de se aproximar agora.
— Agora você a conhece um pouco melhor, deixe de lado se já havia conversado ou não e concentre-se no fato de que agora quer ser amiga dela. — a ruiva disse a ela naquela vez em frente à lareira depois do que foi publicado no profeta. — Ela é lufa-lufa, tenho certeza que não sente nenhum remorso por você.
E Ginny estava certa, Erika não sentia nenhum remorso por Hermione. Ela apenas sentiu uma grande decepção, mas era algo com o qual ela poderia conviver, segundo ela. Mas elas não puderam deixar de se olhar de longe durante o café da manhã de Natal, não tinham percebido mas seus olhares foram para a mesa uma da outra em busca talvez de um olhar de remorso ou de desculpas. Elas não sabiam o que estavam procurando especificamente, mas era para lá que sua atenção se voltava de vez em quando.
Hermione havia decidido se desculpar na segunda-feira após o Baile de Inverno, ela não estava desesperada mas realmente odiava que sua imagem estivesse totalmente distorcida aos olhos da Lufa-Lufa. E de alguma forma Hermione não queria que Erika a visse como uma garota egoísta que só se importava com seu círculo íntimo quando na verdade ela nunca tinha sido assim.
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A noite finalmente chegou e as três amigas da Lufa-Lufa se preparavam para descer para a grande sala de jantar, Susan estava na penteadeira do quarto em pé atrás de Hannah que através do espelho podia se ver com um vestido azul claro sem mangas e, atrás dela, lá estava Susan com seu vestido azul arrumando o cabelo. Erika estava sentada em sua cama com seu vestido preto enquanto Emily se maquiava de forma suave, nada extravagante, afinal era apenas uma festa da escola e colocar maquiagem extra, para Erika, não era necessário.
Susan terminou o cabelo de Hannah e admirou-a no espelho por alguns segundos com um sorriso.
— Você está linda, Hannah. — a ruiva murmurou, abraçando a amiga por trás.
— Você não está muito atrás, Susie. — Erika se lisonjeou, ficando de pé ao lado de Emily. — Devemos ir, estamos quase na hora.
As meninas assentiram e saíram de seus dormitórios, a sala comunal estava movimentada com estudantes se reunindo na entrada e outros saindo de seus dormitórios. As quatro garotas desceram as escadas e viram Ernie e Justin em seus ternos formais sentados nos sofás. Assim que viram suas amigas se levantaram para cumprimentá-las com um sorriso.
— Hannah Abbot, juro que você vai matar Longbottom, você está linda. — Justin disse honestamente, fazendo a loira corar de vergonha.
— Vamos apostar como ele ficará sem palavras e rígido assim que a ver. — Erika ofereceu a morena que riu e assentiu.
— Todas estão lindas, azul é uma boa cor para você, Susan. — Ernie disse um pouco envergonhado, fazendo Erika e Justin se entreolharem com sobrancelhas levantadas. — Vamos lá, Cedric saiu mais cedo porque os campeões devem dançar primeiro.
Caminharam em grupo até a entrada do grande refeitório, onde quem tinha companheiro se encontraria com o companheiro daquela noite. Hannah estava totalmente nervosa, pensando que Neville poderia ter se arrependido de ter ido ao baile e passaria a noite triste por ter levado um fora, mas Justin a acalmou dizendo que, segundo Dean Thomas, Neville também estava ansioso e havia praticado sua dança durante a semana para impressioná-la.
Eles desceram as pequenas escadas e puderam ver Neville em seu terno formal, ele era simples e comum mas aos olhos de Erika ele parecia adorável, Abbott por sua vez sentiu seu estômago embrulhar por causa do nervosismo mas continuou seu caminho mesmo assim. Quando Neville percebeu sua presença como previsto, ficou sem palavras olhando para ela com os olhos abertos, o garoto arrumou seus cabelos e se aproximou dela, cumprimentando o grupo para levar Hannah em direção à grande sala de jantar. A loira olhou para seus amigos nervosamente, mas eles apenas levantaram o polegar e sorriram de apoio.
Emily também saiu com seu par, um garoto da Corvinal com quem ela conversava de vez em quando.
Mas Erika começou a se perguntar onde estaria Adrienne.
Um toque em seu ombro a surpreendeu e quando ela se virou ficou surpresa. Usando um vestido azul marinho, renda no peito e um colar circular estava Adrienne que arrumava o cabelo com flores na lateral onde ficava a mecha atrás da orelha. Ela estava linda e Erika pigarreou ao perceber que talvez ela parecesse uma idiota.
— Olá. — foi a única coisa que ela disse que fez a francesa rir.
— Olá para você também, você está linda. — a morena disse com um sorriso suave, fazendo a Lufa-Lufa corar. — Vamos?
Adrienne estendeu a mão e, após olhar para os amigos em despedida, Erika a pegou. Elas passaram pelas grandes portas da grande sala de jantar e lá estavam Cedric e Cho, a quem cumprimentaram de longe. Adrienne viu Fleur com seu par, Roger Davies, o capitão do time de Quadribol da Corvinal, algo surpreendente para Erika, já que Davies não era o tipo de homem com quem ela veria Fleur em um baile.
Chegada a hora, os alunos foram convidados a fazer uma espécie de corredor e ver a dança dos campeões. As portas da grande sala de jantar, que havia sido fechada quando chegou a hora exata, abriram-se lentamente revelando uma fila de casais. Em ordem estavam Fleur, Krum, Cedric e Harry. Os casais entraram ao ritmo da música instrumental e o quinteto de texugos imediatamente se reuniu para ver não só Cedric mas os casais dos demais campeões. O que mais chamou a atenção naquela cena foi que Viktor Krum convidou Hermione Granger como sua acompanhante, acrescentando que a Grifinória estava espetacularmente linda naquela noite.
— Aquela é Hermione com Viktor Krum?! — Susan perguntou, quase escandalizada mas no bom sentido.
— Ela está... Linda. — Erika murmurou, seguindo Hermione com um sorriso tímido porque ela era o foco daquele momento.
Aquele vestido rosa e um penteado que embelezava seu rosto realmente deixaram Erika Frukke sem palavras. Sim, Hermione Granger sempre foi linda, mas naquela noite ela estava linda como se tivesse atingido o auge da beleza, se isso fosse possível. Naquele momento, talvez naquela noite, Erika esqueceu completamente sua decepção com Hermione, já que sua imagem atual dela era a da Grifinória com aquele vestido e rosto tímido.
Todos aplaudiram enquanto os campeões e seus parceiros se acomodavam na pista de dança. O professor Flitwick conduziu a orquestra e pediu silêncio ao público antes de começar sua apresentação. Assim que a melodia começou os quatro casais começaram a dançar, Harry parecia um pouco nervoso e dançava de forma muito desajeitada comparado aos outros. Ernie zombou de como o garoto quase pisava em Parvati toda vez que eles faziam uma curva.
Mas Erika estava com o olhar no rosto de Hermione, seu sorriso toda vez que Krum a levantava brevemente no ar, tornando impossível desviar o olhar dela. O que Hermione Granger fez para que ela não conseguisse tirar os olhos dela naquela noite? Dumbledore e McGonagall juntaram-se à dança, sendo recebidos por aplausos dos alunos, assim como Karkaroff e uma mulher que nem Erika nem seus amigos conheciam.
Para surpresa do quinteto de texugos, Neville pediu a Hannah para dançar aquela peça e a loira aceitou, envergonhada, mas ela o fez. Os dois dançaram da maneira mais adorável de todos os tempos e dava para perceber que os dois tinham sentimentos um pelo outro. Mais casais entraram na pista de dança e Erika sentiu um toque em sua mão, ela olhou para cima e Adrienne a olhava com um sorriso.
Certo, Adrienne estava lá.
— Você quer dançar? — Erika perguntou um pouco tímida.
– Ah, sim, claro. — Adrienne respondeu rapidamente caminhando com ela em direção à pista.
Erika timidamente colocou a mão na cintura de Adrienne e pegou sua mão para começar a balançar, ela não pôde deixar de se sentir nervosa, mesmo que sua parceira de treino fosse Emily que lhe disse que ela dançava muito bem, ela não pôde evitar de se sentir nervosa, parecia com o Potter. Elas passaram por vários casais de pessoas que conheciam, surpreendentemente quando passaram por Fleur e Davies a loira olhou para Erika com um sorriso, parecia que ela não a desprezava mais por estar com sua amiga. A dança foi lenta e as duas meninas se revezaram levantando uma a outra quando necessário, foi divertido, Erika não podia negar. A música chegou ao fim e todos aplaudiram juntos, a parte formal da dança havia chegado ao fim. Flitwick anunciou com entusiasmo a banda convidada e The Witches of Macbeth subiu ao palco gerando gritos entusiasmados.
Foi aí que a festa ficou totalmente descontrolada e divertida.
Todos os rótulos de dança foram deixados de lado assim que a música mais conhecida de todas, Do the Hippogriff, começou a tocar. Os alunos se aproximaram do palco dançando e pulando no ritmo da música, Erika e Adrienne dançaram animadamente, pulando e girando enquanto riam, ao longe, Erika conseguiu ver como o professor Flitwick foi passado na cabeça dos alunos fazendo-a rir com vontade. Adrienne olhou para ela com um sorriso e sem avisar se aproximou da garota de olhos azuis, agarrando suas bochechas para beijá-la nos lábios. Os olhos da Lufa-Lufa se arregalaram ruidosamente, entre todas as pessoas pulando ao redor delas estavam as duas se beijando brevemente. A francesa se separou com um sorriso no rosto e Erika continuou sem reagir, olhando para ela, fazendo a morena rir.
— Desculpe, eu queria fazer isso há um tempo. — Adrienne admitiu com um rubor nas bochechas.
— N-Não... É... Quer dizer... Uhm... — a pobre Erika não conseguiu juntar duas palavras para formar uma frase.
Foi o primeiro beijo delas e foi... Surpreendente. Os lábios de Adrienne eram suaves para ela e suas bochechas não podiam deixar de corar, ela esperava qualquer coisa, menos ter seu primeiro beijo com uma garota francesa de visita durante o ano.
Adrienne balançou a cabeça divertida e as incentivou a continuar dançando com todos os alunos e Erika aceitou ainda com a cabeça nas nuvens.
Mas nem todos os beijos foram bons naquela noite.
Quando a música terminou Viktor e Hermione se separaram do povo para poder procurar algo para beber, o que a garota não esperava naquele momento era que assim que chegaram sozinhos na mesa Viktor se aproximou e a beijou de uma forma um tanto tímida. Granger ficou surpresa, ela sentiu os lábios dele estranhos e como uma cólica no estômago fazendo com que ela se separasse do beijo assim que ele começou. Krum olhou para ela preocupado, temendo ter cruzado os limites com ela, mas Hermione estava congelada no lugar.
Ela não gostou nada do beijo.
Suas mãos começaram a tremer e, pedindo licença para ir ao banheiro, caminhou rapidamente em direção à saída. Ela sentiu todo o seu corpo tremer, por que não gostou do beijo? Ela sentou em um degrau vazio olhando para todos os casais ali, talvez ela não quisesse um relacionamento com ele mesmo ele tendo sido respeitoso o tempo todo. Sim, provavelmente era isso, ela não queria um relacionamento com Viktor Krum e por isso beijá-lo gerou pouco mais de nojo nela. Mas sua mente sabia que era outra coisa. Ela sabia que era outra coisa quando viu duas garotas no final do corredor, escondidas da vista das outras, se abraçando e beijando o rosto, foi aí que a realidade bateu em Hermione.
Ela não gostava de meninos, queria ser uma daquelas meninas que estavam ali. Ela pensou que talvez os lábios de uma garota nos seus fossem melhores. Cheiro mais suave e fresco e pele mais macia. Foi isso.
Hermione Granger gostava de garotas.
Ela não pôde evitar que as lágrimas em seus olhos começassem a se acumular, seu peito doía e ela queria gritar. Ela estava realmente percebendo isso naquele momento? Ela abraçou as pernas e escondeu o rosto nos braços, não acreditou, começou a pensar e muitas coisas fizeram sentido. Talvez ela não sentisse admiração por aquele aluno do sexto ano que a ajudou a encontrar sua sala de aula quando ela estava no primeiro ano, que por algum motivo sentia que ela invadia a privacidade de suas colegas de quarto quando elas mudavam, que nunca entendeu o gosto de suas colegas de quarto por alguns garotos da casa dela, todo esse tempo ela pensava que era porque o tipo de homem dela era diferente e garoto era.
Seu choro era alto mas abafado pelos braços, ela não sabia o que fazer já que no mundo trouxa não era algo muito bem visto. Ela tinha visto casais do mesmo sexo em Hogwarts e parecia que não era um problema, ela também não tinha problemas com casais homossexuais, mas o mundo trouxa sim. Ela assistia televisão e conhecia a opinião do público em geral, o que seus pais pensariam?
— Aconteceu alguma coisa? — uma voz perguntou na frente dela.
Hermione levantou a cabeça e a pessoa que ela menos esperava estava na sua frente olhando-a preocupada. Erika estava agachada olhando para ela com uma cara preocupada, esquecendo completamente que elas haviam discutido há dois dias e que ela não queria ver a Grifinória novamente.
O rosto de Granger estava molhado de tantas lágrimas, seus olhos ainda brilhavam pelas lágrimas que ela teve que derramar, e isso partiu o coração de Frukke. Ela não sabia o que havia feito a garota chorar na sua frente, estragando a noite em que ela estava mais bonita que o normal. Hermione fungou, enxugando as lágrimas dos olhos com as costas da mão rapidamente.
— Não é nada, eu só... Discuti com Ron. — Hermione mentiu, não podia contar para Erika que estava chorando porque havia percebido que Viktor não era o tipo dela e nenhum outro garoto também.
Erika acenou com a cabeça em compreensão e suspirou, olhou em volta e se levantou.
— Você quer ir para sua sala comunal? — Erika perguntou ainda com um tom um tanto preocupado.
— E o seu encontro?
— Ela está com as amigas. — Erika respondeu erguendo os ombros de maneira despreocupada.
Hermione suspirou trêmula e se levantou, aceitando a proposta da Lufa-Lufa. Caminharam em silêncio pelos corredores silenciosos mas não totais, os ecos de risadas e conversas podiam ser ouvidos em outras partes do primeiro andar. Os olhos de Hermione estavam pesados de tanto chorar, com certeza na manhã seguinte suas colegas de quarto iriam perguntar sobre seu encontro com Krum e ela teria que mentir dizendo que tinha se divertido muito, deixando de lado o choro. Não era mentira nenhuma, Viktor era um bom companheiro de festa, mas o beijo não foi o que ela esperava e para ela estragou tudo pessoalmente.
Mas por que ela estava caminhando para sua sala comunal com Erika Frukke quando ela lhe disse explicitamente que não queria mais falar com ela dois dias antes?
— Achei que você me odiava. — Hermione falou em um sussurro abafado enquanto subiam as escadas para o segundo andar.
— Odiar é um sentimento muito poderoso. — Erika respondeu imediatamente, franzindo a testa. — Eu não poderia deixar você chorando na escada como se não fosse nada em uma ocasião especial como essa.
Hermione permaneceu em silêncio, pelo menos ela respondeu a pergunta dela naturalmente. Elas caminharam pelo segundo andar em silêncio, era o andar mais silencioso já que todos estavam na grande sala de jantar. Seus saltos ecoavam no silêncio, tornando a caminhada entre elas mais desconfortável.
— Uhm... Não pensei que você iria com Krum ao baile. — Erika disse um pouco tensa tentando quebrar o gelo.
Hermione olhou para ela por alguns segundos e depois olhou para frente novamente.
— Eu não contei para ninguém, só para Ginny. — Hermione confessou timidamente. — Nem sei por que aceitei... — ela finalmente murmurou para si mesma.
Elas chegaram ao terceiro andar e estavam mais perto da sala comunal da Grifinória, era muito desconfortável andar sozinhas quando dois dias antes tudo estava realmente arruinado. Elas chegaram ao retrato da senhora gorda e ficaram em silêncio olhando para ela, Erika brincando nervosamente com os próprios dedos e Hermione mordendo os lábios.
— Você está linda hoje, Granger. — Erika finalmente disse após reunir coragem.
Hermione rapidamente olhou para ela surpresa, Erika não estava olhando para ela, seus olhos estavam direcionados para o outro lado do corredor em direção às janelas. Granger pigarreou um pouco antes de falar após o elogio repentino.
— O-obrigada. Você também. — Hermione respondeu.
Nenhuma delas estava se movendo ainda, Hermione estava começando a sentir um pouco de frio e queria ir para seu quarto, mas não antes de resolver o problema. Harry estava certo, ela deveria ser honesta e começar do zero. Ela olhou determinada para a Lufa-Lufa e a pergunta finalmente saiu de seus lábios.
— Podemos conversar amanhã?
Erika olhou nos olhos dela por alguns segundos e assentiu silenciosamente.
— Podemos.
— Genial.
E novamente elas caíram em um silêncio constrangedor. Erika decidiu ir embora quando percebeu que Hermione possivelmente estava esperando ela sair para poder entrar, elas se despediram constrangidas e Frukke caminhou em direção à sala comunal. Era relativamente cedo, 1h da manhã estava marcado no relógio em seu pulso, ela tinha certeza que voltaria mais tarde, mas Adrienne gerava mais energia quando bebia álcool, então ela ficou com suas amigas de Beauxbatons, bem como Susan, Hannah e os meninos.
Ela desceu para o porão em silêncio, amanhã ele falaria com Hermione e com certeza a Grifinória queria falar sobre as novidades sobre seu pai, Hannah havia dito a ela que Hermione com certeza não tinha má intenção ou talvez ela nem tivesse fiz o que Skeeter mencionou, e era verdade.
Ela chegou em seu quarto e tirou os saltos, deixando-os espalhados ao lado de sua cama, ela revisou os acontecimentos da noite enquanto suspirava. Hermione linda, Hermione dançando com Krum, Adrienne a beijando, Hermione chorando, Flitwick quase voando pelo ar, e Justin, Ernie e os gêmeos Weasley subindo ao palco com The Witches from Macbeth enquanto tocavam uma das músicas. Foi uma boa noite e ela se divertiu. Ela vestiu o pijama e adormeceu, os saltos desgastaram seus pés e tudo que ela precisava era descansar.
Ela fechou os olhos e caiu em um sono profundo que foi interrompido algumas horas depois por alguém que a tirou bruscamente da cama para acordá-la. Com aborrecimento ela abriu os olhos, o relógio em seu armário marcava 3 da manhã e na sua frente Hannah a chamava.
— Erika, acorda!
— O que você quer?! — Erika perguntou irritada com sua voz rouca.
— Ele me beijou, Neville Longbottom me beijou na bochecha! — a loira gritou animada, começando a dançar pelo quarto.
Erika abriu os olhos incrédula mas ao ver o rosto sonhador da amiga ela acreditou, que movimento Longbottom.
— Estou feliz por você, Hannah, mas você poderia ter esperado até amanhã para me contar...
— Eu simplesmente não aguentei! Susan está lá embaixo fazendo chá para Ernie e Justin porque parece que eles beberam muito álcool, mas sério, Erika, era muito doce!
A garota de olhos azuis sorriu diante da felicidade da amiga, com os olhos brilhantes e as bochechas coradas. Hannah estava apaixonada por seu amigo da Grifinória. A loira pediu desculpas a Erika por acordá-la e desceu alegremente para a sala comunal para tomar uma xícara de chá também, uma noite longa que deu origem a muitas coisas acontecendo ao redor. Hogwarts deveria ter festas com mais frequência.
Erika revisando o que aconteceu a noite: Hermione, Hermione e Hermione...
Até breve. ❤️❤️
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